A Lua da Paz | Convento de Cristo

02-09-2024

A linguagem do imaginário divino, a mais íntima paisagem lunar, não conhece limites, isto é, não se pauta por medidas conhecidas. Os Verbos de Deus encontram lume nesta Oração articulada ao longo de uma lunação - A Lua da Paz: um desenho que cresce e decresce com as Palavras do Deus Interior, esse peregrino naturalmente bondoso. A Paz é um dom cósmico perceptível nos macro e microcorpos quando as energias feminina e masculina se harmonizam e vibram no Amor Universal. Disto "sabe" a Lua que cumprindo o seu desígnio adquire uma dimensão crística quando a ela associamos Maria, que por sua vez recebe da Lua uma dimensão cósmica, visível e enigmaticamente natural. Para mover e exaltar as memórias da Humanidade a força desta Lua Mariana influencia a água dos Seres Vivos. Contemplando a sacralidade do véu nocturno, o EU inspira-se olhando-se a si mesmo através dum caleidoscópio belíssimo e interestelar. A Lua Mariana oferece-nos refúgio para que o Deus Interior possa nos conduzir carinhosamente até aos Mistérios mais profundos.

GUIÃO



A designação Vésperas tem origem no nome do astro luminoso Vésper (Vénus), que começa a brilhar ao cair da noite. O princípio das vésperas à luz do Anjo da Paz baseia-se em 2 sensações: Gratidão e Confiança.

Começo com uma breve explicação sobre a determinante importância do corpo físico nestas vésperas: como receptáculo das águas de uma prece, o físico manifesta aqui os seus dons inatos através das sensações do corpo. A oração quer-se sentida no corpo física, viva como ele e movendo-se como água, como Arte não conceptual, mas sim Natural!

A Arte, à Luz do Anjo da Paz, não se limita ao que é traduzido pela intelecto, não se limita ao virtuosismo nem ao Belo histórico, a Arte é a tradução física da espiritualidade de Yeshua e é também a esfera da "Lua Maria" - a Mãe Maria que com os pés sobre a lua domina a memória coletiva e individual para a mover e expiar - purificar e iluminar. A dança das sensações é a oração que se namora a si mesma. A sensação é, portanto, um barómetro indispensável na oração, é ela que oferece à percepção a verdade dourada duma íntima (lunar) e singular (solar) existência.

A Oração é a Arte no seu estado mais excelso ... e vice-versa.